O que todos desejamos no fundo é uma vida sem conflito. Preferencialmente, que ninguém discorde da gente. Que a gente concorde com tudo de pronto, sem ajustes ou reajustes – que delícia! Mesmo quando repetimos o velho clichê “se todos gostassem do amarelo, o que seria do vermelho?”, a gente quer é se convencer de que a vida será monótona se todos pensarem da mesma forma, mas desejamos mesmo uma vida com menos trabalho de convencimento e em total harmonia.
Só que as coisas não são assim. Sendo diferentes, temos visões diferentes sobre um mesmo problema, sobre como conduzir o barco. Sentimos e realizamos as coisas ao nosso modo, o que nem sempre agrada ao outro... fazer o quê?
Abordei esse papo todo porque isso tem muito a ver com o exercer da função de Gestor de Contas. Dá um trabalho imenso fazer as coisas acontecerem. Saber que isso depende – e muito – do seu próprio empenho. O que nem sempre será sequer notado, a menos que você cometa um erro (ossos do ofício). Para conseguir as coisas certas, no tempo certo, no budget certo, você terá mesmo que chamar à responsabilidade aquele que procrastina quando o deadline está acenando para você, cobrar rapidez, cobrar excelência execucional, apontar falhas para que se possa corrigi-las. Mas isso não torna as pessoas suas inimigas. Elas podem ficar com uma raiva momentânea, mas trabalho é trabalho. Nada pessoal.
Aquele Atendimento que quer estar bem com todo mundo está com medo de exercer sua função, isso sim. E por isso corre o risco de exercer muito mal sua atividade. Aquele romântico que pensa que todo mundo tem que se dar bem o tempo todo é, simplesmente, um idealista.
Você, Gestor de Contas, deve ter foco. Não desrespeitar as pessoas, mas saber lutar em prol do resultado final, mesmo que para isso haja um conflito aqui e ali. Faz parte. Fazer a coisa acontecer é o porquê de estarmos aqui. Sim, tem até gente por aí que quer ser amado todo tempo, e por todo mundo; são os chamados "fofos". Poderão até manter o seu emprego, mas pelo motivo errado. Não será pela sua eficiência, pelo seu excelente trabalho. Mas cada um sabe de si, não é mesmo?
24 de abril de 2016
7 de abril de 2016
Parceiro ou Fornecedor? Saiba O Que Esperar Quando Se É Um Ou Outro
A diferença entre ser um fornecedor ou um parceiro tem muito
a ver com o tipo de relacionamento estabelecido entre anunciante e agência. Uma
coisa é o anunciante contratar a agência para um trabalho eventual, e a maneira
como faz isso. Outra coisa é estabelecer algum nível de exclusividade,
preferencialmente por contrato, com deveres e direitos claramente explicitados
e prazo de validade daquela relação comercial.
Como trato de questões relativas à função de Atendimento, é
por esse ângulo que eu quero abordar o assunto. É preciso que se entenda o que
está em jogo na relação comercial agência-anunciante para entender o que isso
realmente significa na prática da nossa vida profissional. Desde a estabilidade
no emprego (por mínima que seja) até o desenvolvimento de um trabalho com mais
profundidade.
Experimente fazer uma pesquisa no site de agências de
pequeno porte. Muits vezes vai ver em suas listas de clientes pelo menos um
anunciante de grande porte. Não se impressione (como uma agência pequena atende
um cliente tão poderoso?) e nem fique confuso (o mesmo mega anunciante estará
citado na carteira de várias outras agências, simultaneamente). Isso quer dizer
que as agências estão mentindo? Que esse anunciante não é cliente delas? Não,
absolutamente. Isso quer dizer simplesmente que esse anunciante as contrata
“por job”, isto é, por trabalho, por projeto. E que provavelmente distribui
pequenos projetos entre diversas agências, projetos esses que não entram no
escopo do contrato que ele tem com uma agência de porte compatível com a sua
mega verba publicitária.
Portanto, que fique claro: esse “cliente” não tem relação
constante com nenhuma dessas agências, não tem vínculo contratual. E é bom que
se saiba também que, na grande maioria das vezes, para cada projeto pequeno
desses o mega anunciante faz uma concorrência, geralmente entre três agências.
E, infelizmente, o que predomina em processos assim é a escolha por proposta de
preço e não pelo trabalho criativo ou a excelência no atendimento. Por mais que
se tenha uma boa relação com esse anunciante, a própria natureza da relação
comercial coloca a agência mais como uma fornecedora de serviços de comunicação
do que como uma parceira. Saber essas coisas é particularmente útil na nossa
vida profissional quando:
1. Precisamos avaliar uma proposta de emprego. Se uma
agência te faz uma proposta, mas tem na sua lista de “clientes” várias empresas
que eventualmente a contratam por job, sua estabilidade financeira está sob
ameaça constante. Se ela não tiver um trabalho agressivo de prospecção, se não
tiver um plano sério de conquista de clientes de relação duradoura e exclusiva,
sei não. Procure sondar se você não está sendo contratado porque a empresa
ganhou um projeto que vai durar 3 meses. E depois...
2. Queremos desenvolver ações a partir do entendimento
profundo do negócio do cliente. É claro que saber gerenciar um projeto é
obrigação de qualquer Atendimento. E você pode adorar isso, tanto quanto eu.
Pois, trabalhando por job, o que você vai exercer mesmo é uma gerência de
projeto. Difere muito de quando a gente tem a oportunidade de desenvolver uma
relação de plena parceria agência-cliente, quando está implícito e explícito um
processo contínuo de pensamento e de planejamento, o que pode corrigir rumos,
abrir possibilidades e reais oportunidades de crescimento dessa conta, não só
em termos monetários, mas de um trabalho de imagem de marca consistente.
Que fique claro: não vejo nenhum problema em trabalhar por
job. Nada de inferior em gerenciar um projeto. Muito pelo contrário. Já fiz,
faço e farei. O ruim, como sempre, é a ignorância. Se você sabe onde pisa,
poderá fazer um excelente trabalho em qualquer frente, dentro daquilo que de
você é esperado. Como dizem por aí, o combinado não sai caro.
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