21 de dezembro de 2015

Estagiário Também é Gente

Confesse. Quando você leu o título desse post, imaginou uma garota ou um rapaz, nos últimos períodos da faculdade, tentando buscar seu lugar ao sol nesse mercado tão saturado e competitivo, e tão afeito a downsizings. Imaginou um texto cheio de mimimi? Só que não. Continue lendo.

Essa história aconteceu com um amigo meu, o Marcello Silva, veteraníssimo da publicidade carioca. Num papo de cafezinho, ele mesmo me falou da sua angústia: “Sou um profissional com mais de 70 anos, 50 de profissão e ainda cheio de perguntas por fazer. Minha geração de publicitários, com raras exceções, se intimida quando ouve falar em redes sociais e coisas do gênero. Mas não se trata apenas de aprender o jargão, o importante para mim seria assimilar as inúmeras e incríveis possibilidades de combinação dos recursos possíveis com respeito à comunicação.”

Foi daí que ele começou a introjetar a ideia de que deveria fazer algo a respeito e que não dava para esperar mais. Seguindo sua intuição, não deixou escapar uma oportunidade de ouro. Conheceu um parceiro, da agência digital Métrica, o Derick Lemos, numa ocasião em que ele vinha entregar uma proposta para a sua agência e ... pimba!, pediu um estágio a ele. O rapaz ficou surpreso pelo inusitado da coisa, mas também curioso para ver no que dava. Apressou-se em dizer que iria consultar sua equipe para saber como eles entenderiam a presença de um profissional com tantos anos de janela no meio deles, estagiando. Segundo o que se soube, a galera assimilou rapidinho o fato e logo queriam colocar tudo em prática: “quando é que o coroa começa, amanhã?”.

Marcello e a rapaziada da Agência Métrica
E assim se deu – ainda está dando – a história de colaboração mútua. Marcello conta como é que a coisa rola por lá: “Mesmo com minha idade sendo o triplo da idade média da equipe, eles parecem estar curtindo tanto quanto eu. Às vezes me sinto um jurássico perguntando coisas que não passam de abc para o grupo. Em compensação, percebo que o que sei de comunicação cai como uma luva para somar à expertise deles. Acredito que vou abrir tantas portas para eles como para mim.”

E aí, gente, é ou não é uma história e tanto? Integração, comunicação, assertividade, coragem, inovação, quebra de paradigmas e muito mais.

Que venha 2016!

14 de dezembro de 2015

Atendimento Sem Mágica Nem Truque

Texto extraído do livro "Fazer Acontecer.com.br", de Julio Ribeiro. Uma lição de mestre para quem acredita na competência em detrimento do truque.

10 de dezembro de 2015

O Brief Criativo

Já parou para pensar que o brief criativo é uma peça publicitária? Claro que sim. Embora ele não seja veiculado - e os consumidores nunca saberão que ele existiu - essa peça desenvolvida internamente na agência é mandatória para o bom desenvolvimento de qualquer campanha.

Quem é que dá o pontapé inicial para a produção dessa peça? Acertou, se disse Atendimento!

O verdadeiro objetivo dessa ferramenta é compartilhar informações valiosas, criar consenso, alinhar expectativas e estabelecer objetivos claros para todas as partes envolvidas no projeto, tanto da parte do cliente como da agência. É no brief criativo que a gente deve informar O QUE deve ser dito para que a criação resolva COMO será dito.

A qualidade do brief é proporcional ao trabalho criativo que dali deriva. Brief ruim, campanha ruim, simples assim. Portanto, é trabalho que jamais pode ser negligenciado ou relegado a segundo plano.

Existem vários modelos de briefs criativos. Muitas agências desenvolvem o seu próprio modelo e constantemente revisam esse documento, aperfeiçoando-o. Há quem critique o uso de modelos prontos alegando que eles podem engessar o pensamento, em vez de ajudar. É claro que o que menos importa é o modelo de formulário em si, mas o formulário realmente ajuda no raciocínio que cada um desenvolverá a partir dali. É essa a função desse documento e é por isso que ali constam determinados tipos de proposições e perguntas que visam a ajudar o raciocínio de quem o escreve.

Quer entender melhor do que estamos falando? Veja abaixo alguns  modelos que selecionei e traduzi. Você vai notar que eles se parecem muito, que no fundo as perguntas ou tópicos  são apresentados de forma mais resumida ou mais abrangente, mas todas levarão ao mesmo caminho. Se a sua agência não tem um modelo próprio, você pode se inspirar e construir um a partir daqui. Divirta-se e faça bom uso!


7 de dezembro de 2015

Caboré 2015 - Categoria Profissional de Atendimento

Todos os anos dedico muito do meu tempo seguindo a campanha dos candidatos ao Caboré. Se a gente não conhece os candidatos, essa é a oportunidade de formar uma opinião antes de votar. Se conhece, vale o exercício de observar como as agências os posicionam.

Esse ano, os três profissionais indicados concorrem pela primeira vez ao prêmio, então mais um motivo para conhecê-los através das campanhas.

Reparei que as campanhas dos três candidatos procuraram ressaltar suas habilidades na gestão de pessoas, na sua postura agregadora, no seu bom astral. Esse tipo de habilidade era também retratada nas campanhas de candidatos dos outros anos, mas havia uma ênfase maior  no lado business, da gestão de negócios. Para quem acha que conhecimento técnico basta para ter uma excelente performance no desenvolvimento de negócios com os clientes, fica a dica. Habilidades pessoais, atitude e postura contam sempre. E hoje são extremamente valorizadas.

As agências traduziram essa habilidade de formas diferentes, mas todas elegeram suas páginas no Facebook como plataforma principal de divulgação (sem, contudo, produzir páginas exclusivas para os candidatos).

A campanha de Antonino Brandão, da NBS, apostou no humor e, acompanhados pela hashtag #porumdiamaisantonino, foram postados um vídeo e imagens que "traduziam" o seu pensamento enquanto ele o verbalizava para a equipe. Como já trabalhei com o Antonino na JWT, conheço seu jeito brincalhão e muito peculiar e para mim a campanha fez sentido. Honestamente, fiquei na dúvida se a campanha foi convincente para quem não o conhece. Acho que faltaram os depoimentos de colegas, clientes etc., coisas que sempre validam a atuação do profissional. Antonino poderia ter também concorrido na categoria dirigente de agência, já que é um dos sócios-fundadores da NBS. Como cada agência faz sua opção baseada em critérios particulares, obviamente ficou definido que ele teria mais chances de ganhar ao ser indicado na categoria Atendimento, onde está a base de toda a sua vitoriosa carreira.




A campanha da Cecilia Cilento, da Loducca, enfatizou seu background como cliente. A intenção era atestar sua capacidade profissional pelo conhecimento dos dois lados do balcão. Foram diversos vídeos com testemunhais de seus clientes e colegas de trabalho. Uma campanha correta, que, mesmo repetindo fórmulas, deu uma ideia da capacidade profissional da Cecilia.






A campanha da Celina Esteves, da África, foi a mais interessante, na minha opinião. A agência posicionou Celina como "uma candidata suprapartidária", isto é, uma profissional benquista em todas as agências nas quais trabalhou, um exemplo a ser seguido.

A campanha foi composta por vídeos com depoimentos de profissionais de diversas agências e empresas pelas quais Celina passou, e abriu mão daquele velho ranço "bairrista", elevando Celina a um status de "unanimidade" no mercado.

A votação foi encerrada no dia 30/11 e agora vamos aguardar o resultado no dia 7 de dezembro.

Por último, queria terminar esse post com uma provocação: reparou na senioridade dos candidatos? É isso, gente. Sucesso não cai no colo do nada, tem que ralar, leva-se tempo para construir uma carreira de respeito. Não tenha pressa, faca o seu melhor e o resto virá. A experiência conta, principalmente na área de Atendimento.

Boa sorte a todos!

2 de dezembro de 2015

O Papel do Atendimento Na Era Pós-Digital


As ferramentas para exercermos nossa função com excelência mudaram? 

Parece que nosso papel vem sendo constantemente redefinido, o que nos deixa sempre num estado de atenção e nos causa muitas dúvidas sobre que tipo de conhecimento e habilidades devemos buscar para continuar a ser relevante, manter a carreira que escolhemos, e continuar a contribuir positivamente para o sucesso do negócio de nossos clientes e da agência na qual trabalhamos.

Uma coisa que vem impactando muito a função do Atendimento é a adoção de novas tecnologias na implantação de projetos de comunicação. Os clientes esperam do Atendimento conhecimentos sobre essas tecnologias? Devemos procurar entender tudo de digital?


A leitura que devemos fazer sobre a expectativa do cliente não é entender da tecnologia em si, mas sim ter entendimento de como as plataformas de comunicação digitais podem contribuir para o atingimento dos objetivos de comunicação de nossos clientes. Dessa forma, seremos capazes de ajudar no desenvolvimento da estratégia de comunicação digital e de gerenciar a sua execução, trabalhando lado a lado com a mídia ou o departamento responsável pela área digital na agência ou com fornecedores externos de tecnologia. 

Qual o melhor curso a fazer? Depende de que conhecimentos você julgar que são os mais relevantes para o seu momento de carreira. Você pode buscar conhecimento nas áreas de seu interesse tanto no Brasil como no exterior, há muita coisa disponível (até mesmo de graça). 


Se o seu objetivo é seguir na carreira de Atendimento, lembre-se que o seu papel é saber como juntar todas as peças para fazer boa propaganda, desde o insight, passando pela criação, até a mídia e o digital. 

Isso, sim, vai fazer com que você seja um excelente consultor que ajudará seus clientes a implantar soluções criativas para a melhoria dos seus negócios.