21 de novembro de 2010

Gerentão...ou não?

Gestão - ato de gerir; gerência, administração
Gestor – gerente, administrador
(Dicionário Aurélio)

Durante a campanha eleitoral uma figura volta e meia era trazida à tona de forma pejorativa nas falas, artigos, entrevistas: o “gerentão”. Essa figura funcionou como uma alegoria e um modo simplificado de dizer que para governar é necessário capacidade de avaliação, coordenação, solução de problemas, visão de futuro. Por isso, não seria interessante sermos governados por um “gerentão” – o oposto de tudo isso.

Acho que o termo foi aplicado e, consequentemente, entendido de forma não tão clara. Veja bem: capacidade de avaliação, coordenação, solução de problemas, visão de futuro não é por acaso atributo da gestão? E quem exerce a gestão, senão um gestor/gerente? Pois é. Como o debate de ideias passa sempre ao largo, não há o aprofundamento necessário para que se perceba o que se quer realmente dizer. Mora aí o perigo de que conceitos mal discutidos se tornem verdades.

Por trás dessa retórica fica parecendo que possuir qualidades gerenciais é demérito e até desnecessário. Que gestão é sinônimo de burocracia e caretice. E o pior de tudo: que gerenciar e pensar estrategicamente são atividades excludentes. Infelizmente, essa retórica não acontece somente na política...

Obviamente, existem bons e maus gestores (ou seriam gerentões e gerentinhos?). Entretanto, toda boa gestão é estratégica. Desde a escolha do time e da carteira de clientes, passando por definição de metas e o estímulo ao pensamento estratégico coletivo. Um bom gestor (ou seria um gerentão?) é a pessoa capaz de colocar tudo isso em prática. Seja quando se fala de país, de empresa ou da administração competente das contas publicitárias.

E tenho o dito.

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