31 de maio de 2010

Trabalhando em Agência Online : Atendimento ou Gerente de Projeto?

Aproveitando a deixa do post anterior, em que a pergunta dizia respeito às diferenças e similaridades de atendimento de agência de design e de agências de publicidade, vou postar aqui um artigo do JC Rodrigues a respeito de Atendimento de agência online. É oportuna essa republicação aqui, pois tenho recebido diversos emails de Atendimentos com dúvidas sobre qual deve ser o seu papel uma agência online, já que deles é exigido conhecimentos em gestão de projetos. Espero que ajude a esclarecer.

Na hora do atender clientes, não contrate o Outlook
por JC Rodrigues *

Do mesmo jeito que (dizem…) redator só “junta umas letrinhas”, reza a lenda urbana que o profissional de atendimento é aquele que “atende o telefone e leva o cliente para almoçar”.

Sim, somos as pessoas mais presentes na conta telefônica da agência e os maîtres já nos chamam pelo nome, mas se engana aquele que quiser trabalhar com atendimento online pensando que relações públicas são a parte mais importante do dia-a-dia.

A maioria das agências online está migrando para um modelo de gestão onde as figuras do atendimento e do gestor de projetos estão concentradas em uma única pessoa. Por que este movimento?

Simplesmente, porque os antigos atendimentos não possuíam os conhecimentos específicos da área online para poder argumentar com clientes cada vez mais preparados, fazendo com que eles acionassem diretamente o coordenador/gerente de projetos para esclarecer dúvidas, levantar possibilidades ou entender limitações sistêmicas ou processuais.


Logo, os tradicionais PMIs tiveram que absorver também questões como gerenciamento das notas fiscais (uma extensão do gerenciamento de custo) e relacionamento com cliente (outra extensão, desta vez do gerenciamento de recursos humanos), além de outras atribuições historicamente parte do escopo de trabalho do profissional de atendimento.

O gestor de projetos teve também que desenvolver a habilidade para negociar prazos diretamente com o cliente e aprofundar-se no business, identificando oportunidades de negócio e atuando em partes como “new business”.

Vale dizer, também, que gerente de projetos “tráfego” é uma figura fadada ao segundo plano na dinâmica das agências; pode-se perceber, inclusive, um movimento para realmente separar estas funções, haja vista crescimento das atribuições dos GPs.

Mas, em que momento esta ruptura do modelo de gestão de pessoas ocorreu? Bem, inicialmente quando foi observado que muitos atendimentos tratavam novos trabalhos como batata quente, ou seja, bateu na Caixa de Entrada do programa de e-mail, é logo encaminhado (forward) direto pra alguém, sem interpretar, barrar, filtrar e esclarecer as informações antes de acionar os recursos ou o próprio gerente de projetos.

Cabia então ao GP interpretar, barrar, filtrar e esclarecer as informações para poder dimensionar corretamente as equipes internas ou mesmo evitar entrada de trabalhos, como dizemos, “nada a ver”. Ou vai dizer que você nunca teve um cliente que pediu algo inviável, ininteligível e, por que não dizer, intragável?

Neste relacionamento agência-cliente, o profissional de atendimento/projetos tem que estar apto a avaliar, propor novas idéias, compreender o negócio do cliente (e da agência), estabelecer prioridades e ter um conhecimento técnico, sim, pois sem este conhecimento mínimo das tecnologias envolvidas num meio digital ele não conseguirá identificar possibilidades e limitações, fazendo com que mais pessoas sejam alocadas desnecessariamente para que estas decisões possam ser tomadas.
Um exercício bastante válido, que faço com assistentes e estagiários, é fazer com que eles tenham que redigir do zero, com suas próprias palavras, qualquer orientação recebida via e-mail; isto os obriga a ler, entender, interpretar e conseguir transcrever a necessidade ou pedido do cliente.
Até porque, se fosse para clicar no botão de “encaminhar” (forward) sem ler, eu contratava o Outlook.
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(*) JC Rodrigues é publicitário, pós-graduado em Tecnologia Internet, professor na ESPM e gerente de projetos em digital media da The Walt Disney Company. Esse artigo foi publicado no Webinsider em 27/6/2007.

Um comentário:

Viviane disse...

Muito bom o post Catia. O problema e que o profissional de atendimento da area de web precisa ter conhecimentos tecnicos e especificos da area online. E uma area relativamente nova, que esta em constante mudanca, e muitos profissionais de atendimento nao tem esse conhecimento, nao sabendo esclarecer dúvidas, levantar possibilidades ou entender limitações sistêmicas ou processuais e esclarecer isto ao cliente. Na minha opiniao, faltam cursos especificos de web voltados para o profissional de atendimento.