20 de junho de 2009

Você Pergunta e a Gente Responde - Como Demonstrar Que Tenho Talento Mesmo Não Tendo Experiência?

Curso o 2° ano da faculdade, tenho 18 anos, e com certeza quero seguir no atendimento, é uma área que eu gosto muito. Gostaria que me desse algumas dicas em relação ao que posso oferecer, mesmo sendo ainda universitária. Quero argumentos que convençam os responsáveis por essa área que eu tenho capacidade de estagiar em sua agência.
Karina Sousa, São Paulo


Sou formado em Marketing Estratégico e tenho habilidades para área de Atendimento, porém não tenho experiência. Gostaria de saber como preparar melhor o meu currículo para conseguir uma oportunidade na área. Sei que o Atendimento vai muito além de ser comunicativo, ter dinamismo, poder de persuasão, saber trabalhar em equipe e boa fluência verbal. Demorei para descobrir o meu dom e tenho a plena consciência que ainda preciso ser lapidado para assim desenvolver as minhas potencialidades.
Fábio, Rio de Janeiro



Karina e Fábio, sejam bem-vindos ao time do Atendimento. Há pouco mais de um ano escrevi exatamente sobre isso aqui no blog. Vocês podem dar uma olhada no post Portfolio do Atendimento, aqui.

Espero que façam bom proveito das dicas.

19 de junho de 2009

O Profissional Camaleão

por Bruno Villas-Bôas, planner

Ao contrário do que o título desse post sugere, não fizemos qualquer tipo de experiência genética nos Atendimentos para que, mais fortes e ameaçadores, aprovem todos os jobs junto aos Clientes(até que não seria uma má ideia, heim ?!). O nome “Profissional Camaleão” veio de uma situação que vivi jogando futebol com amigos certa vez. Explico...

Antes que a internet, o I-telefone (nesse blog não fazemos merchand) e as cervejas redondas tomassem conta da minha pessoa, eu era um jovem publicitário adepto de certas práticas esportivas. Como já devem ter deduzido, o futebol era uma delas. Contudo, ao contrário do que imaginam, me considerava um jogador ruim, sem intimidade com aquele objeto circular chamado bola. As noites rezumiam-se ao banco de reservas, quietinho, quase um “camaleão”, permanecia camuflado num canto rezando para que não fosse escolhido e os outros julgassem minhas habilidades futebolísticas.

Contei essa história para ilustrar o tipo de profissional que dá título ao post. Preocupados com o que os outros irão pensar, nos transformamos em meros camaleões no dia-a-dia. O medo da exposição, das opiniões alheias, faz com que fiquemos invisíveis, paralisados. Quem aqui já não viveu algo semelhante no escritório, em uma reunião ou falando com o chefe?

Toda postura, na vida ou no futebol, resulta em “custos operacionais” que precisamos gerir. Bom, ruim, não importa, a grande questão está em percebermos que só uma ação será companheira da nossa criatividade: a Tentativa.
-------------
P.S. Dá uma olhada só nesse vídeo.


Bruno Villas-Bôas é Planejador, mas começou a careira como Atendimento. Por aí já dá pra perceber que o cara tem experiência em fazer perguntas e se tornou especialista em observar pessoas e situações. Poderia ser apenas um psicólogo de plantão, mas resolveu ser publicitário. Além dos inúmeros planejamentos e insights, ele ainda arruma tempo para trabalhar pesado junto ao Grupo de Atendimento e de Planejamento do Rio de Janeiro (GAP), ficar postando em blogs e tweetando por aí.

14 de junho de 2009

Fórum “Atendimento e Planejamento: diga-me com quem andas, e eu te direi quem és”

Vem aí o novo fórum do GAP, nos dias 29 e 30/6, no Rio de Janeiro. O objetivo é discutir os papéis do Planejador e do Atendimento Publicitário, suas diferenças, seus pontos de contato. E tudo isso abordado tanto do ponto de vista desses profissionais como dos demais departamentos da agência.

O Fórum terá como facilitadores Julieta Monteiro, Diretora de Atendimento da F/Nazca e Gustavo Otto, Diretor de Planejamento da McCann-Erickson, além de convidados das áreas de mídia e criação e gestores de agência.

Para saber mais e fazer sua inscrição, clique AQUI.

3 de junho de 2009

Ainda Sobre a Paródia da Campanha da Monster


Eu até sabia que muita gente ia curtir o vídeo, mas nunca imaginei que em 3 dias ele fosse estar cotado como o 54º mais visto do You Tube. A coisa se espalhou de tal forma que, sem perceber que fora eu quem traduziu e fez o upload, pessoas me repassaram, recomendando que eu assistisse. E os comentários? Muita gente achando graça, outros lamentando, mas todos de certa forma concordando que “é a pura verdade”, se identificando de alguma forma com aquilo.

Eu me divirto com coisas assim. E também com os quadrinhos do Dilbert, com a série The Office (gosto mesmo é da versão britânica) e quando leio livros ou artigos que ridicularizam a vida corporativa. Afinal, para que suar tanto a camisa, virar noites, passar a maior parte do meu dia com pessoas que não escolhi para conviver e não conseguir rir disso tudo? OK, dizem que rir de si mesmo é saudável.

Aliás, outro dia comprei o livro 100 Bullshit Job...And How To Get Them, do Stanley Bing. O cara listou e descreveu 100 profissões e as classificou segundo uma “fórmula matemática” que determina o quociente de bullshit de cada uma delas. E ele ainda explica como seguir essas carreiras e o que esperar do futuro. Hilário, ácido, crítico, bem escrito. Mas, adivinhe! Uma das profissões listadas é a de publicitário...

Segundo Bing, nossa profissão atinge a marca de 100 % de pura bullshit. Um alívio: não pense que estamos no topo da lista. Bullshit é um quociente que pode chegar a muito mais que 100%. No livro há outras profissões que nos ultrapassam no ranking de bullshit, como por exemplo: a moça do tempo, o media trainer, o headhunter, o astrólogo, o chairman etc. Enfim, há bullshits e BULLSHITS.

Porém há coisas que não me divertem. Separando o joio do trigo, eu diria que uma coisa é ler um livro inteligente, assistir a um vídeo que tem conotação crítica e perceber isso. Outra coisa é ter que lidar no dia-a-dia com piadinhas por causa de estereótipos que nos impõem a partir de uma falta de conhecimento total sobre o que realmente fazemos na nossa profissão. Em termos de comportamento, somos estereotipados como egocêntricos-moderninhos (os criativos) e puxa-sacos (a turma do atendimento). E, de uma forma geral, independentemente da área em que trabalhamos, somos os inescrupulosos, os antiéticos, os faz-tudo-por-dinheiro.

O que eu estranho é que todos nós sabemos disso e não há um movimento da classe para reverter o fato, para trabalhar melhor a nossa imagem.

É importante que a gente tenha uma visão crítica do que faz. Embora nem sempre isso aconteça, acho que pensar criticamente faz a gente agir criticamente também. E a cometer menos erros, a respeitar nossa profissão e nossos pares. Mas às vezes me parece que a gente aceita as coisas como “verdade” e acaba levando a vida como se não tivesse jeito mudar alguma coisa para melhor.

Será que no fundo a gente acha mesmo que o que fazemos é pura bullshit?